quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


O filme brasileiro "A cadeira do pai" , dirigido por Luciano Moura e estrelado por Wagner Moura, foi selecionado para a competição oficial do Festival de Sundance 2012, que começa em 19 janeiro. Em nota, o ator comemorou a nomeação: "'A cadeira do pai' ter sido selecionado para a mostra competitiva de um festival importante como Sundance é motivo de comemoração para todo o nosso cinema. Estive em Sundance ano passado com o 'Tropa 2' e comprovei que este é de fato um festival vital para a produção dos chamados filmes independentes no mundo".

Longa de estreia do diretor Luciano Moura, "A cadeira do pai" tem previsão de estrear no Brasil no segundo semestre de 2012. Na história, Wagner Moura vive um médico casado com a personagem da atriz Mariana Lima e filho de um pai ausente, papel de Lima Duarte. O que move a trama, segundo observa o cineasta em entrevista ao G1, é uma sucessão de episódios que se desabam sobre o protagonista, começando pela crise matrimonial e culminando com a fuga do filho adolescente, interpretado por Brás Antunes.

O cineasta comemora o fato de se ter escolhido uma obra que não versa necessariamente sobre as "questões sociais" do país. "Geralmente, a tendência lá fora é pegar filmes [brasileiros] que tenham como base o tema social, a denúncia – ou que tenham isso em primeiro plano. Meu filme não tem, ele é sobre essas relações conturbadas entre as pessoas, entre pais e filhos", explica, descrevendo o trabalho como sendo um "thriller dramático". "Mas, de qualquer maneira, a viagem do personagem [de Wagner Moura] acontece no Brasil, que está lá, com todas as características, mazelas."

Wagner Moura e Mariana Lima em "A cadeira do pai" (Foto: Priscila Prade/Divulgação)

Luciano Moura também destaca o fato de Sundance ser um "celeiro de novidades" e antecipou as reações que "A cadeira do pai" deve despertar. "O filme não faz concessão, mas também não tem hermetismo 'kamikaze' [o que supostamente dificultaria o entendimento do espectador]. É um filme que tem emoção, que faz chorar, porque é uma agonia: existe um filho sumido e um cara atrás dele."

O diretor fala em "concessões" e "hermetismo" ao comentar uma declaração de Wagner Moura feita na nota oficial, destacando as opções dramáticas do longa. Para o ator, o fato de não haver "concessões baratas para atrair o espectador" não significa que se tenham adotado "hermetismos ultrapassados". "Esse tem sido o espírito dos principais filmes 'indies' que tenho visto, muitos deles egressos de Sundance." O festival tem duas mostras competitivas, uma para produções americanas e outra para produções estrangeiras, na qual está "A cadeira do pai", único brasileiro presente na disputa.


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